Introdução: Quem é Varolmak?

Quando comecei a criar esse personagem, queria algo instigante, diferente de tudo que já joguei. Um personagem com profundidade, mas que também pudesse trazer momentos de alívio cômico. Foi assim que nasceu Varolmak, um kobold bruxo que desafia as tradições de sua raça e questiona seu próprio propósito.

No universo de Dungeons & Dragons, os kobolds são pequenas criaturas reptilianas conhecidas por sua lealdade cega a mestres mais poderosos, geralmente dragões. A divindade principal deles é Kurtulmak, o deus da astúcia, das armadilhas e da vingança. Kurtulmak é um servo de Tiamat, a Rainha Maligna e Deusa dos Dragões Cromáticos. Ele nutre um ódio profundo pelos gnomos, pois foi aprisionado por Garl Glittergold, o deus trapaceiro dessa raça. O próprio nome Kurtulmak, de origem turca, significa “escapar”, “se livrar” ou “ser salvo”, refletindo bem sua luta eterna para se libertar e se vingar.

Foi com essa mitologia em mente que Varolmak nasceu. Seu nome também vem do turco e significa “existir”, “ser”, “tornar-se”. Ele não é um kobold comum – foi criado como um pequeno avatar da raiva de Kurtulmak, uma fagulha de seu ódio aprisionado. Mas ao ganhar consciência própria, Varolmak rejeitou seu criador, buscando um novo propósito ao lado de um deus muito diferente: Bahamut, o Dragão da Justiça.

Agora, compartilho sua história em primeira pessoa. O ritmo é frenético e algumas informações estão ausentes propositalmente, pois o narrador-personagem ainda está descobrindo seu próprio mundo.


1. A Voz da Criação

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Eu lembro como tudo começou. Não é bem uma memória minha, mas tá lá, como um sonho estranho. Primeiro, só existia Kurtulmak. Ele gritou, arrancou um pedaço de si mesmo e fez… eu. E eu era pequeno, menor que uma lasca de pedra, feito apenas para escapar por entre as fendas onde ele não podia passar.

Nem bem caí no chão, e a voz estridente dele já ecoava na minha cabeça:
Vá! Fuja pelas pedras! Você é meu pedaço, meu avatar, minha vingança!

Mas então, ouvi outra voz. Grave, forte e calma como um trovão distante:
Fuja, pequenino. Fuja pela sua liberdade.

Foi ali que eu realmente existi. Naquele instante, deixei de ser apenas Kurtulmak. Ainda era um pedaço dele, mas também algo diferente. E então, obedeci. Fugi pelas fendas, guiado por duas vozes que me mandavam para direções opostas, apesar de me mostrarem o mesmo caminho.


2. A Grande Corrida

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Eu só sabia fazer uma coisa: correr. As pedras eram grandes demais, e eu, pequeno demais para enfrentá-las. Então, cavei. Minhas garras brilhavam enquanto eu abria caminho pela terra.

Kurtulmak gritava como uma banshee dentro de minha cabeça. Um som sinistro, agudo, cheio de raiva e medo ao mesmo tempo:
Você é eu! Você não existe sem mim! Mostre a todos os outros onde estou e me liberte!

Mas tinha a outra voz. Serena, firme, e que emudecia todo aquele caos:
Continue. Você não é ele. Você é você.

E eu fui. Cavei mais fundo, mais longe daquela prisão. A cada golpe das garras, a voz de Kurtulmak enfraquecia, mas nunca sumia. Sempre ali, estridente, me seguindo. Quando minhas forças estavam no limite, ouvi a voz grave e poderosa de novo:
Pare.


3. Oásis na Escuridão

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Minhas mãos estavam feridas. Garras quebradas, sangue pingando. Quase sem forças, vi algo à frente. Era um buraco gigante na escuridão, com um rio de águas cristalinas e cogumelos brilhantes. Era um oásis subterrâneo que parecia sussurrar:
“Respire.”

Me sentei ali, tremendo. A voz de Kurtulmak não parava:
Você é meu! Me obedeça! Eu te fiz! Você me pertence!

Foi então que vi algo. No meio dos cogumelos, uma garra enorme brilhava, pulsando como se tivesse vida própria. A voz grave soou novamente, mais próxima, mais real:
Você sabe quem sou. Você sempre soube. Eu sou Bahamut. Quero fazer um acordo contigo. Quero te libertar. Pegue essa garra. É um presente. Mas antes, precisamos conversar.

Dei um passo hesitante. A voz de Kurtulmak berrou dentro de mim:
Não toque! É uma armadilha! Volte para mim! VOCÊ VAI MORRER!


4. As Duas Vozes

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As vozes brigavam dentro de mim, puxando cada uma para um lado. Kurtulmak, furioso:
“Você foi criado para me libertar! Não toque nisso! Você não precisa dele, só de mim!”

Bahamut, sereno e imponente:
Pegue. Você pode ser mais do que uma ferramenta de ódio. Você pode ser um líder. Um símbolo. Você pode se tornar algo maior.

A garra brilhante pulsava diante de mim. Quando a toquei, o poder atravessou meu corpo como um raio. e então, entendi. Eu não queria ser apenas um pedaço de Kurtulmak. Não queria ser devorado por ele. Eu queria ser algo mais. E então neste momento ouvi uma outra voz pela primeira vez… A minha própria:
Não mais Kurtulmak… Eu sou Varolmak. Eu existo!”


5. O Que Eu Quero Ser

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Bahamut falou novamente. Mas dessa vez, não era apenas uma voz. Era um acordo, uma promessa, um pacto.
Varolmak, siga-me e eu lhe darei poder. Você será meu príncipe entre os kobolds. Meu general. Não para governar com medo, mas para guiá-los a um futuro maior.
Uma grande guerra já começou, e a Rainha Maligna devorará tudo se não for parada. Pegue minha Çivi, saia do subterrâneo e seja meu General!
Você pode ser maior que Kurtulmak. Você pode ser você mesmo!

Eu aceitei.

Peguei a Bahamut’un Çivisi (Unha de Bahamut, em turco) e selei o acordo. Senti seu poder atravessar meu corpo. Agora, não fujo mais. Subo para a superfície. Entendi que os kobolds não precisam viver nas sombras do ódio de Kurtulmak. Eles podem ser algo maior. Algo melhor.
Carrego o fogo divino, pequeno agora, mas suficiente. Vou fazer dele uma chama que iluminará meu povo.

“Meu nome é Varolmak. Eu existo. E vou fazer isso valer a pena.”


6. Conclusão – O Legado de Varolmak

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Varolmak começou como um fragmento do ódio de Kurtulmak, um mero avatar criado para servir a um propósito. Mas ele se tornou algo maior. Ao encontrar sua própria identidade, escolheu um caminho diferente: a liberdade. Agora, sua missão é levar essa mesma liberdade a todos os kobolds que ainda vivem sob o medo e a servidão.

No universo de Dungeons & Dragons, a lealdade dos kobolds a Kurtulmak é quase inquestionável, mas Varolmak desafia essa tradição. Ele não apenas rejeita seu criador como também oferece uma nova visão para o futuro dos kobolds. Em um mundo à beira da guerra com a ascensão de Tiamat, sua luta não é apenas pessoal — é um confronto entre os valores de servidão e livre-arbítrio.

Seus seguidores começam a surgir de todas as partes, e isso não passa despercebido pelos reinos vizinhos. Cidades e vilarejos observam com preocupação enquanto cada vez mais kobolds abandonam suas antigas crenças para seguir esse novo líder. É um evento sem precedentes na história da raça. Será ele um herói ou um novo perigo para o mundo?

Varolmak pode ser uma peça central em uma campanha de D&D, seja como um aliado inspirador, um rebelde incompreendido ou até um potencial inimigo para aqueles que veem sua revolução como uma ameaça à ordem estabelecida.

E agora eu pergunto a você, leitor: se você fosse um kobold, seguiria Varolmak rumo a um futuro de glória, ou continuaria leal a Kurtulmak e ao seu ódio?


Expansão Adicional: O Mundo de Varolmak

Para entender melhor o impacto de Varolmak, é importante explorar o mundo em que ele vive. Os kobolds são frequentemente subestimados, vistos como criaturas fracas e insignificantes. No entanto, sob a liderança de Varolmak, eles começam a mostrar seu verdadeiro potencial.

A Ascensão de Tiamat

A ascensão de Tiamat, a Rainha Maligna dos Dragões Cromáticos, é uma ameaça iminente. Seus seguidores estão se mobilizando, e os kobolds, tradicionalmente leais a Kurtulmak e, por extensão, a Tiamat, estão em uma posição crucial. Varolmak, no entanto, oferece uma alternativa. Ele não apenas rejeita Tiamat, mas também convoca os kobolds a se unirem a ele na luta contra ela.

A Resistência dos Kobolds

Nem todos os kobolds estão dispostos a seguir Varolmak. Muitos ainda são leais a Kurtulmak e temem a ira de Tiamat. Isso cria uma divisão dentro da raça, com clãs kobolds se enfrentando em uma guerra civil silenciosa. Varolmak precisa provar seu valor e convencer seus irmãos de que há um caminho melhor.

A Aliança com Bahamut

Bahamut, o Dragão da Justiça, vê em Varolmak um aliado valioso. Ele oferece proteção e poder ao kobold, mas também espera que Varolmak cumpra sua parte no grande conflito que se aproxima. Essa aliança não é apenas uma bênção, mas também uma grande responsabilidade.


Varolmak em Sua Campanha

Varolmak pode ser um NPC fascinante em sua campanha de D&D. Aqui estão algumas ideias de como incorporá-lo:

  1. Aliado Inspirador: Varolmak pode se juntar ao grupo como um aliado, oferecendo sabedoria e poder mágico. Sua história de superação pode inspirar os jogadores.
  2. Rebelde Incompreendido: Nem todos veem Varolmak como um herói. Ele pode ser visto como um traidor por alguns kobolds e até por outras raças que desconfiam de suas intenções.
  3. Potencial Inimigo: Se os jogadores estiverem alinhados com Tiamat ou Kurtulmak, Varolmak pode se tornar um adversário formidável, lutando por sua visão de um futuro melhor.
  4. Missões Relacionadas: Os jogadores podem ser recrutados para ajudar Varolmak a unir os kobolds ou para enfrentar ameaças que tentam impedir sua revolução.

Conclusão Final

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RPG

Varolmak é mais do que um personagem; ele é um símbolo de mudança e esperança. Sua jornada reflete a luta pela identidade e pelo livre-arbítrio, temas universais que ressoam com todos nós. Em um mundo cheio de conflitos e escolhas difíceis, Varolmak nos lembra que sempre há uma chance de se tornar algo maior.

Você, o que faria no lugar de Varolmak? Venha discutir conosco no Discord e compartilhe suas ideias para campanhas envolvendo esse kobold revolucionário! 🐉✨

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